(Villanelle dos condenados - fogo)
O orgulho nos saúda com um beijo,
eriça o ego protuberante
na fornalha ardente do desejo
É dele o fogo e todo o lampejo;
fervor constante, boca crispante:
o orgulho nos saúda com um beijo.
Armadilhados nesse cortejo
entramos, qual cavalo trotante,
na fornalha ardente do desejo.
Não percebemos, em tal ensejo,
as brasas que somos. Triunfante,
o orgulho nos saúda com um beijo.
Então ergo os olhos, enfim vejo
incinerar-se o destino errante
na fornalha ardente do desejo.
Molha-me, toda água do Tejo!
Todavia não és o bastante...
O orgulho nos saúda com um beijo
na fornalha ardente do desejo.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário