Experimento com a estrutura formal da villanelle. Não sei se a ideia do texto ficou clara, mas pra primeira vez, achei válido. =)
Do lado contrário da sorte
Sem medo, sem vista ou porquê,
Zombamos e rimos da morte
Quem há que com isso se importe?
Em que se fia, teme ou crê
Do lado contrário da sorte?
Flecha ardente em certeiro norte
Abatendo o que não se vê
Zombamos e rimos da morte.
Se nos desgasta o braço forte,
Ou se a aljava nos desprovê
Do lado contrário da sorte,
De onde extraimos o suporte?
Pois em fuga, em frágil cupê
Zombamos e rimos da morte.
Nosso erro talhou-nos um corte.
Cegos de dor, ufanos porque
Do lado contrário da sorte,
Zombamos e rimos da morte.
Um comentário:
será que estamos todos condenados mesmo?
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