quinta-feira, 1 de julho de 2010

(Um sobre esperança)

(Esse texto quis ser inacabado e não revisado. Foi o pedido do último que morre.)

Esperança, essa renitente,
Me acorda à noite e sai pro batente
E bate a porta
e corta meu sonho
na hora mais morta
no uivo mais vivo
- e eu só suspiro.

Esperança, essa indecente,
Se despe à minha frente
Sem nenhum pudor
Faz juras de amor
Me deita em seus braços
De rancores escassos
- e eu me estilhaço.

Esperança, essa insolente,
Me joga na cara
só ela me ampara
sem ela sou nada
sou vela tapada
sou rima silente
- e me quedo clemente.

Esperança, essa serpente,
Me encanta e nem pisco
Me pica e persisto
Me injeta o veneno
Que livra da morte
- e eu, seu consorte,
Me deixo viver.

Um comentário:

Jacqueline Emerich disse...

Esperança, essa malandra
Rouba-me o desânimo e a tristeza
Me põe o calor e me tira a frieza
Me deixa ver,
Mesmo que vascilante,
Que num futuro próximo
Mesmo que errante
Minha amiga Manu
Eu vou rever.

(Vc é de cair a mandíbula, hein??)

Saudades, amiga!